domingo, 2 de abril de 2023

apoesiadominical

Anouk


Agora você chama-se Anouk, amada como uma ursa prestes

A parir em meus braços que nunca foram estéreis,

Estrelares quando escuto uma música,

Que me diz que as nossas chamas não vão se apagar

Antes do primeiro beijo em derredor do último que será o primeiro,

Sempre.

Vejo-a como vetusta, com lábios, abraços, como se fosse

Purificar-me dos males ou bondades que te fiz

Nas distâncias que vem do Chuí ou do Oiapoque, Cordilheiras,

Asfaltos, agora entre vírus que nos embaça em plena neblina,

Que agora vejo a envolver-me entre o olhar dos apitos

Que anuncia o seu vir ou não vir, burlando barreiras que

Desde o início não te deixou partir.

Agora te chamo, Amor, Aimee.

Anouk, amada, ursa prenha dos meus sonhares.

Azul quando pouso em sua praia

Estamos no outono austral, o céu é azul entre a estrela

De Órion e as crianças que brincam, o céu é

Inocentemente quando

Pouso em sua praia.

É abril, radiante quando o amor transpira pelo calor que vem de ti,

Juntinho com o seu olhar alegre desde o verão que deixou

Bronzeados os nossos corpos recíprocos não marginais.

O universo nos leva sem conspirações contra a paz, entre ondas

O céu é azul, quando pousamos na praia que nos encanta, antes do pôr-do-sol

Que nos abrasava, executando sinfonias do cúmplice amor, que vem em

Conchas, que não alteram os sussurros que brotam dos seus lábios, agora

Pueril.

Vamos viver longe, sem felicidade, amor é impossível.

A mola é no outono austral, vamos amada pousar nas estrelas

De Órion, para observarmos as pegadas na areia que deixamos as ondas

Apagar, afinal a terra é azul como nos confidenciou Yuri Gagarin,

Nos altos céus.

Agora os nossos corpos repousam no calor da noite em plena praia

Não passará

Você pode apagar as minhas letras, mas não

Apagará o que está desde antes incrustado no seu coração,

Agora sinto que é um coração sem alma perdido

No horizonte cinzento que caminha de um lado para o outro

Da cidade buscando outro coração não tão cheio

Como o seu.

Agora já não vago entre palavras, não sinto a sua respiração

Ofegante que agora jaz no meu passado,

No frio da manhã cinzenta da cidade

Na escola agora o banco é vago, entre os meus pensamentos

Que agora nos dividiu,

Mas o coração bate forte dentro de mim,

Se você se esconde como eu

Trancada no quarto e não quer amar

Segure forte a sua alma e chore sem saber quanto mal

Ainda te fará a solidão que agora você diz acompanhada,

Continuo com olhos de menino um pouco tímido,

Mas o meu coração está batendo firme e sinto que está aqui,

De fato ele nunca pediu sua opinião,

E falou: "um dia você me entenderá"

Mas não é fácil, você sabe

Mas te iludir não sabe,

E será uma inquietude de viver a vida sem você e você sem mim.

 

 

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