quarta-feira, 11 de outubro de 2023

apoesiamatinal

No limiar do te amar


Inicio-me na manhã, após os meus sonhos de te querer,

Entre a penumbra e os orvalhos que dissipam-se e se esvai,

Depois da madrugada que não corrompeu as promessas

Que fiz ontem a ti.

Visto os meus olhos, coração acelerado, leito vazio, de bem,

Querer no escuro do dia ou na claridade da noite que

Estar por vir.

Bebo os raios dourados, faço postagens dos meus beijos

Endereçados aos seus lábios que agora também desperta

No limiar, talvez em sonhos furtivos e espumas flutuantes

Que escorrem do seu corpo agora banhado entre carícias

Ausentes, sentindo o meu ser.

Somos desejos, entre cortinas e bouquet de flores

Que plantamos e agora queremos colher.

Ode ao silêncio

Enquanto as bombas atômicas, nêutrons e outros artefatos

Não explodem, o meu coração está fragmentado entre memórias,

Ocasos futuros.

Desdigo as boas novas que eu sei que não chegará até nós,

Mea-culpa por não ter ido, trilhando caminhos que ainda

Iremos percorrer em busca, volta para o futuro que não virá,

Entre nuvens e anjos, da morte não sei.

Orações emanam, entre os céus e a terra que andamos sem amar,

Pensando no amanhã que talvez não virá.

Somos órfãos da pedra angular, das aves dos céus que não tem onde descansar.

Canta Uirapuru, silêncio na floresta sepulcral que está a queimar.

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