No limiar do te amar
Inicio-me na manhã, após os meus sonhos de te querer,
Entre a penumbra e os orvalhos que
dissipam-se e se esvai,
Depois da madrugada que não corrompeu
as promessas
Que fiz ontem a ti.
Visto os meus olhos, coração
acelerado, leito vazio, de bem,
Querer no escuro do dia ou na
claridade da noite que
Estar por vir.
Bebo os raios dourados, faço
postagens dos meus beijos
Endereçados aos seus lábios que agora
também desperta
No limiar, talvez em sonhos furtivos
e espumas flutuantes
Que escorrem do seu corpo agora
banhado entre carícias
Ausentes, sentindo o meu ser.
Somos desejos, entre cortinas e
bouquet de flores
Que plantamos e agora queremos
colher.
Ode ao silêncio
Enquanto as bombas atômicas, nêutrons e outros artefatos
Não explodem, o meu coração está
fragmentado entre memórias,
Ocasos futuros.
Desdigo as boas novas que eu sei que
não chegará até nós,
Mea-culpa por não ter ido, trilhando
caminhos que ainda
Iremos percorrer em busca, volta para
o futuro que não virá,
Entre nuvens e anjos, da morte não
sei.
Orações emanam, entre os céus e a
terra que andamos sem amar,
Pensando no amanhã que talvez não
virá.
Somos órfãos da pedra angular, das
aves dos céus que não tem onde descansar.
Canta Uirapuru, silêncio na floresta
sepulcral que está a queimar.
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