quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Entre luz tênue e lençóis

Reviro-me entre lençóis olhando as estrelas espelhadas no teto

Dos seus olhos, que caem molhando o meu corpo, envolvendo

As recordações febris,

Relembro as coisas certas que fiz erradas e erradas que eu fiz certo

Para não você não me deixar partir.

Não estou aqui pedindo uma segunda chance

Que me dê razão, mas não me dê escolha

Pra cometer o mesmo erro outra vez.

Reflexões ah, reflexões tardias que se esvai entre os nossos

Corações perdidos não sabem onde, entre as estrelas que caem,

Quando saio porta fora e subo a rua cantarolando aquela musica

Profana que não sai dos seus ouvidos sempre atento para

Escutar uma nova canção, inusitada, colhendo um novo sentido,

Entre almas furtivas que percorre labirintos, como errantes

Que somos percorrendo estradas cujo destino nos

Levará a nos reencontrar quem sabe, entre luz

Tênue e lençóis.

 

Ainda bem bem ainda

 

Ainda bem que você me mata aos poucos,

Quando passa nas avenidas que flutuam em seus olhos,

Perspicaz, que me devora entre crimes do divino amor,

Absolvição da sua ausência sentida, entre descompassos,

Irmã do tempo.

Ah, solidão que me faz percorrer ruas amargas,

Roubando ilusões dos transeuntes, possuidores das mesmas dores

Que trago no peito que ainda arde por ti.

Ainda bem que tráfego como equilibrista,

Sonhador dos falsos presságios, das dores do mundo,

De forma não bíblica, salmista talvez.

Bem ainda quando retorno as ruas do passado,

Luz de candeeiros, céu estrelados que ilumina o seu corpo,

Agora não meu.

Não é tarde demais, ainda bem, meu Bem, bem ainda,

Quando não mudei a fechadura do meu coração

Que ainda abrirá quando você chegar, batendo por mim,

Ainda bem meu bem.

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