Mãe Glorinha!
Escrevo estas mal traçadas linhas
Pois o tempo não apagou as doces
lembranças
Que foram plantadas no intimo do meu
ser
Que não adormece.
Lembro-me da Esposa, Mãe, Irmã e
Amiga
Que aconselhava, partilhava e
distribuía palavras de
Otimismo, de carinho a quantos que a
procuravam;
Lembro-me nitidamente dos seus
acalantos
Em noites febris e a felicidade
estampada em sua face
Quando a cura se concretizava em meu
corpo
Franzino;
Lembro-me dos quitutes diários e
dominicais que atraia
Muitos convidados para deliciar, com
aquela cerveja bem gelada;
Lembro-me que distribuía afeto em
partes iguais
A todos que a procurava e em oração
contemplativa justificava
As nossas faltas, perante o pequeno
Menino Jesus
E a Doce Sempre Virgem Maria;
Lembro-me da preocupação em nos
educar
Tendo as mãos o “ABC” dos animais, e
o caderno de caligrafia,
Que apesar da insistência eu não
conseguir aprimorar;
Lembro-me quando nos intimava para
realizar
As tarefas domésticas nos ensinando a
não ser dependente de outrem,
Nas realizações das mesmas no
decorrer da vida;
Lembro-me das Caminhadas de Fé na
Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, nas Capelas Distritais, no Cursilhos, na
Pastoral da Saúde e outros
Movimentos;
Lembro-me das incursões ao estado
natal dos nossos antepassados
Legando-nos a importância da planta
genealógica familiar
De onde vimos, onde passamos e para
onde vamos
Nesta Terra do Sem Fim e
Lembro-me quando silenciosamente nos
deixastes
Como uma nuvem em direção ao Pai, ao
Filho e ao Espírito Santo
Amém.
Amor de gritos e sussurros
Embora ainda não vivêssemos o que não
vivemos,
Irreal seria um sonho para nós que
pensamos
Ou nos sentimos fora da realidade,
que
Nos deixa entre o lúdico e o sensato.
Protagonizamos ilusões, erguemos
barreiras,
Mas, mantivemos intactos os sonhos
universais,
Que brilha entre olhares sutis, em
encontros furtivos,
Sem mentir como os que fingem amar.
Agora não somos estranhos, entre
ribaltas,
Só poderemos querer na noite um amor
não frugal,
Sem querer ser como aqueles que só
desejam aparecer
Na noite, entre brilhos e Lual,
cantando amores,
Fascinantes como um sonho universal,
fundamental
Para os que desejam também amar.
Agora que eu medito, porque te amo,
percebo entre
Subterfúgios que precisamos viver o
que não vivemos até
Agora, embora os nossos destinos nos
chamem a mergulhar
No inconsciente amor que nos chama,
entre gritos e sussurros
Que inebria o ar.
Oh! Darling
Você está sozinha assim como eu?
Converse comigo um pouco,
Acho que irei para os seus braços,
sabendo
Que já não é tarde, mas espere,
O sonho não acabou, está entre
As estradas cobertas de tijolos
Amarelos, a caminho de Oz.
Vamos caminhar, fazendo todos os
nossos dias
Se voltarem para a Superlua, que não
Tarda a aparecer no negrume da noite,
Intercalada pelas chuvas que serão
Está noite prateadas, molhando as
Nossas frontes, quando o próprio Deus
Virá nos ungir, no ápice das
constelações
Que nos indicará o caminho certo a
seguir.
Habitaremos no centro da terra,
Coincidindo com a órbita que
Entrelaçará os nossos olhos,
Sem medo do Apocalipse que um dia
virá.
Oh! Darling...
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