domingo, 27 de novembro de 2022

Poesia para Nayara num dia de domingo


Emolduro os marulhos que vem dos seus lábios,

Ás vezes imperceptíveis, quando vago a ermo pelas

Estradas que nunca deixam você voltar.

Agito-me permanente nas águas do rio,  

Movimento incessante de correntezas vagas, curtas e poucas,

Às vezes tempestuosas, embrionária, dos seus

Lábios estratosféricos, que você  se redimensionou

Para caber em mim, singrando misteriosos, desejos

Esotéricos, poesias, que acende o meu desejo de ser

Ainda que tardiamente, ser seu.

Agora o asfalto etéreo, que me eleva espiritualmente;

Sublime, elevado para dedicar "músicas e poesias” para ti.

Poetisa que és que clama pelo arrebatamento do meu corpo

Imperecível, não em agonia, do jeito que só a sua

Beleza me fará traduzir em si, os raios do sol,

O tempo dos ventos, em calmaria que me fará singrar para

O seu Amor, vastidão que poetizaremos.

Em versos olharemos o espelho de um novo dia, quiçá

Uma nova poesia.

Afinal, o domingo ainda não terminou.


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