A terra é azul
Que
preservaram, preservam e a destrói, em sobressaltos,
Interesses
vãos, mesmo gemendo a matam.
Natureza
que agoniza em gemidos ainda produz o Pão nosso
Que
cada Dia nos daí, absolvendo os nossos pecados .
Lembro-me
da sombra do Jequitibá, dos cantos dos passarinhos
Que
emitiam maviosos sons.
Hoje lamentos
se ouvem o som dos machados,
Dos
pulverizadores e agrotóxicos que ferem o ar,
Introduzindo
a ingratidão no corpo mágico da natureza.
Terrível
veneno é o que nos abate, quando
Consumimos
os frutos da terra-mater.
O meu
rio já não corre copiosamente, os peixinhos que antes
Bebíamos
na esperança de nadar, já não, nada a mais.
Assistimos
ao caos, seja na terra, no mar ou no ar.
Oram
comigo as tribos, com o grito dos ribeirinhos,
Dos
lavradores, o mundo está surdo sem porvir nas madrugadas
Em
busca do cuscuz da manhã.
Onde
estará Severina, morte e vida, onde estará o orvalho
Da
manhã que ensopava as nossas frontes.
Somos
frutos da terra, frutos do pó a retornar,
Chá
de ervas, bichos do mato, fontes de energia naturais,
Alimentar,
onde estarás.
Não
somos pólvora, Machado ou facão,
Somos
o fruto da terra que iremos reconstruir.
Olhei
para a terra para escrever esses versos, cantos,
Prosas
talvez, sonhando em dedilhar
O meu
violão, feito de Carvalho e tripas de carneiro,
Conseguir
tocar um lamento, da terra-mater que geme.
Onde está,
esperança que não responde, ouço o langor
Do
violino do apocalipse que nos matará.
Bicho
homem, qual a fera que te substituirá para nós matar.
Não é
o amor, pois a natureza mais uma vez nos ressuscitará,
Mantendo
as nossas vidas "Em seu altar".
Afinal
o Céu é azul
O meu piano te toca
O meu piano te toca, canções sobre
Fotografias, escritos e lembranças
Que invadem os espaços das teclas
Alvinegras, que embaraçam os meus
Olhares dirigidos a ti.
Leio-te entre partituras que semeia o
Seu corpo que baila entre luzes de
neons,
Entre acalantos e músicas que te
vestem.
Os meus sentimentos são sóbrios,
musicais
E poéticos, quando eu quero
Falar de ti.
Entre nós não haverá a última música
e
Sim a sua fotografia sob o piano que
Nunca toquei.
Materialmente
Fisicamente você me possuiu, pra que
Mentir tanto assim, como se eu
quisesse de fato partir,
Dos seus braços, dos amasso, dos seus
beijos maliciosos
E icônicos, que trocamos entre o
equilíbrio que sempre existiu
Entre o céu e a terra.
Quando nos banhamos no mar de julho,
esperando o agosto
Voltar entre luas prateadas e
estrelas cadentes, entre ao fechar
Dos nossos olhos desejando um eterno
amar.
Seduções, almas gêmeas, extremos
Percorridos, estradas de tijolos
amarelos (brick road de Oz,
Terras e asfaltos negros, quisera
iremos percorrer para
Abraçarmos-nos entre os equinócios e o
solstício
que entrevejo nos seus lábios, que em
apelos
Pede para nós reencontrar.
Apenas
Apenas imaginei que
O tempo todo eu via o seu rosto
Diante do espelho côncavo dourado
Ou seria convexo prata.
Eu sabia que não podia sonhar com os
seus olhos.
Eu posso sonhar, posso?
Ontem mais uma vez eu conheci o
amanhã sem você
Colocando uma vida inteira para
mostrar
Todo o sentimento que ainda guardo
por ti
Vivendo sozinho apelei amor pelos
caminhos
Posso tentar! Posso? Mas já percorri
este caminho antes.
Quando o sol se vai tomado pela
escuridão da noite
Balbucio, agora “é a hora de ir para
casa”
E vou indo querendo dizer, só mais
uma coisa:
Almejo o ontem, o hoje, o amanhã
talvez.
Cubro-me, ouvindo a canção, que o
vento já não traz...
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